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30.5.09

férias em paris

os 2numundo continuaram sobre rodas mas umas rodas bem diferentes! foram 120 kms dentro de um comboio sem perder de vista as bicicletas. a batotice tinha de ser feita para pudermos chegar no dia 25 a paris! tudo isso porque queríamos ver o grupo deolinda a actuar! paris não estava no nosso trajecto. já tínhamos cá estado e por isso, queríamos conhecer outros sítios mas quando vimos que os deolinda lá estariam, não foi preciso pensar duas vezes e assim passou a ser uma prioridade na nossa viagem! não tínhamos casa para passar a noite, pois a grande amiga do rafael não estava, e era com ela que estávamos a contar... foi preciso telefonar para portugal para pedir socorro a um amigo nosso, ao ivo dos palmilha dentada, para entrar em contacto com o seu primo que vive na grande capital de frança.

entramos num grande jardim para descansar à sombra, pois o dia estava quente e apesar de termos vindo de comboio, ainda conseguimos fazer 22kms dentro da cidade... esperávamos pelo telefonema do ivo, quando chegam perto de nós uns amigos, mas que grandes amigos. ofereceram-nos sítio para dormir, assim como um jantar! era para ser apenas uma noite, mas nas noites seguintes, a amiga do rafael não conseguiu alojar-nos em sua casa, então tivemos de aceitar o convite de ficarmos o resto das noites em casa deles. kikas, elsa e tomás, uma família portuguesa, que trabalham como porteiros em paris. em cada prédio que são responsáveis, têm direito a um apartamento, e foi num desses apartamentos que passamos as noites. não estavamos à espera que fossem 5 dias fantásticos! 5 dias que não iremos esquecer nunca! era com grande prazer que íamos de manhã ter com eles para tomarmos o pequeno-almoço e ficarmos um pouco à conversa antes de sair para passear. a mesa estava sempre cheia, com medo que nos faltasse qualquer coisa. a porta abria-se todos os dias com um grande sorriso! uma família com um coração imenso, sempre prontos a ajudar, preocupados se conseguiamos acordar ou se seria preciso passarem lá por casa para nos acordarem. prontos para nos oferecem coisas que poderíamos vir a precisar para a viagem... como se pode agradecer a uma família assim? como dizer obrigada por aqueles dias, pela companhia, pelas conversas, pela simpatia? foi difícil sair de paris, deixando para trás pessoas que nos trataram tão bem, e com quem sabia bem ficar à conversa mas são essas pessoas que não esqueceremos nunca, assim como o augusto, um homem do norte, amigo da família, que fala com orgulho da sua terra, viana do castelo e do seu fogo de artifício. foi bom voltar a paris, muito bom! via o rafael a pedalar com um grande sorriso, mesmo cansado da cidade, não conseguiu esconder a alegria que sentia por lá estar novamente. estes dias, senti-os como umas pequenas férias dentro da nossa viagem. aproveitamos para ver algumas exposições que tropeçamos no caminho. fomos visitar os grandes aquários onde tínhamos tubarões a passar por cima das
nossas cabeças.

entramos na exposição de sempé e goscinny sobre a obra le petit nicolas, no centre pompidou, vimos as exposições de kandinsky e de calder e a exposição elles - sobre as obras de mulheres artistas - altura em que eu e o rafael nos perdemos um do outro e ficamos cada um num sítio à espera mais de uma hora!!! quem pudesse ver o meu interior, assistia à exposição nervosa de tanya ruivo! passeamos nos jardins do palays-royal, onde se encontrava uma retrospectiva de artistas sobre os 20 anos da queda do muro de berlim, e terminamos as idas às exposições vendo os trabalhos do fotógrafo david lachapelle, de quem me tornei fã! claro que fomos ver a torre eiffel e passeamos pelos campos elísios, claro que entramos numa livraria, sem termos o direito de comprar livros pelos quais nos estávamos a babar (pois viajar de bicicleta não nos permite esses luxos pesados). claro que andamos kms a pé e sempre em passo rápido... ainda não entramos no ritmo de turistas viajantes, a caminhar em passo lento e calmo... e claro que chegamos ao fim do dia todos rotos!
dia 26 de maio, sentamo-nos numa sala de espectáculos para finalmente ver os deolinda! bilhetes na mão e lá entramos nós na pequena sala onde sentíamos a presença de muitos portugueses! devo confessar para quem não sabe, que adoro esse grupo! foi como amor à primeira vista. quando os vi no centro cultural vila flor, fiquei rendida! voltei a vê-los em beja, quando estive lá a trabalhar e era a rapariga que chateava as pessoas para irem pedir para pôr os deolinda a tocar na galeria desassossego. fico contente de os ter visto no seu primeiro concerto em paris, e o concerto foi espectacular! eles estão grandes e vão longe, muito longe! a ana bacalhau faz o que quer com a voz e como é bom ouvi-la! gostei de ver os seus novos movimentos, bastantes contemporâneos! e quem sabe bem ouvir também, é o zé pedro leitão e os irmãos pedro da silva martins e josé luís martins. não conseguia disfarça a minha alegria e era difícil ficar quieta na cadeira. era tudo tão bonito que fazia arrepiar e crescia um nó na garganta... que mistura de sentimentos! vê-los ali, fora de portugal, a mostrar as suas músicas para o povo francês, fez com que me sentisse orgulhosa da nossa música, da nossa música com qualidade, e os deolinda é música de qualidade! e essa qualidade sentiu-se quando o público pedia mais músicas, sem os deixarem ir embora! foi arrepiante! todos em pé, a bater palmas, a chama-los! os instrumentos fizeram-se ouvir de novo e tanto portugueses como franceses continuaram em pé, a dançar e a cantar! até eu cantei com a minha bela voz em estilo desafinando!
fim do concerto e não saímos da sala. estavam lá dois amigos do rafael a trabalhar, o fred rompante e o sérgio milhano. não podíamos deixar passar essa noite sem uma fotografia com os deolinda, e claro, com os técnicos, que mais ninguém tem!

o resto da noite foi passada num restaurante com os irmãos - pedro da silva martins e josé luís martins - e com amigos deles. comemos tanto tanto, que foi difícil levantar-me para tirar o rabo da cadeira! as pessoas queixavam-se que a comida não estava boa... olhei para o rafael, ao mesmo tempo que ele olhou para mim, e o pensamento foi o mesmo... estava óptimo!
foram assim os dias em paris... muitos kms a passear, visitar exposições, ver um bom concerto e estarmos com pessoas com um enorme coração que não conseguimos arranjar palavras para agradecer!

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