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15.9.09

hungria... onde já estás!...

(ler crónicas 7 e 8)

como é difícil encontrar net… ou melhor, net barata! já estamos na albânia e este post é sobre a hungria… pois é, não sei se é preguiça minha mas não vou usar novas palavras. clicando na foto, podem ver o que o rafael escreveu na visão viagens on-line e o texto abaixo, foi escrito por mim para o praça pública. quem já leu, pode recordar as nossas aventuras . quem ainda não leu peço desculpa pelo atraso…

bem-vindos ao nosso décimo país! chegamos à hungria com saudades do sol de portugal… temos pedalado por baixo ora de chuva, ora de calor, ora de vento forte. temos mergulhado no rio e temos vestido o impermeável ou uma camisola de mangas compridas. o clima é incerto sem conseguirmos adivinhar o que nos espera no dia seguinte. temos ficado em casa de famílias que não se sentam juntas para jantar. temos apanhado fruta das árvores que nos aparecem no caminho. temos aprendido novas palavras e ensinado algumas em português. mais uma vez sentimos a dificuldade na língua e o engraçado (ou não) é que no posto de turismo em sopron, foi-nos pedido para falarmos em alemão, pois não sabiam falar inglês! o que aprendemos na alemanha, não nos permite (com muita pena nossa) ter uma conversa.

tínhamos uma ideia diferente em relação aos preços de cá. ao chegar a sopron, primeira paragem, perto da fronteira com a áustria, achamos o nível de vida bastante caro. a cidade é pequena e bastou uma manhã para a visitar. na parte da tarde preferimos apanhar sol num lago já fora da cidade e de seguida, atravessar novamente a fronteira para lancharmos na áustria e quase sair de lá a chorar pelo dinheiro que gastamos mas nem tudo são despesas. foi preciso sair de sopron para no caminho, com vento de frente e com aquele ainda maior que os camiões faziam ao passar por nós, já quase a desesperar e atirando umas quantas palavras feias para o ar, umas moedas darem o ar da sua graça. ganhamos nova energia mas a história não terminou aqui. depois das moedas, foi a vez das notas aparecerem no meio da erva verde! como souberam bem!

foi em tata que decidimos alugar um bungalow e passar um dia sem falar sobre nós, nem da nossa viagem. sentimo-nos de férias, levando a toalha para perto do lago onde tínhamos a água de cor verde leitoso e saborear um gelado nas barracas que estavam à porta do parque. ter uma chave em vez de correr o fecho da tenda, foi já para nós umas férias de luxo! mas não nos livramos de falar da nossa viagem. estavamos a jantar quando uma senhora se vira e pergunta: “São portugueses? O que estão aqui a fazer?”. ninguém vai para tata e esta húngara, que esteve a trabalhar na madeira, ficou surpreendida com a nossa história. quem ficou também muito admirada, não querendo acreditar no que contávamos, foi a rapariga da recepção. sentiu-se orgulhosa em nos ter recebido. muitas perguntas nos fez e muitas palavras de coragem para a continuação da viagem nos deu!

saimos de tata com duas hipóteses: ou fazer apenas 70 quilómetros e atravesarmos as montanhas até budapeste; ou fazer 120 quilómetros e pedalar em terreno plano ao longo do rio danúbio. escolhemos as montanhas! as subidas eram feitas em silêncio tentando controlar a respiração. escolhemos o caminho mais duro mas mais curto e agora, olhando para trás, faríamos exactamente o mesmo, pois a vista era lindíssima e as descidas saborosas.

budapeste, uma cidade gigante que nos obrigará a passar quatro noites nela, pelo demasiado interesse que nos suscitou! não é daquelas grandes cidades que nos cansou, que perdemos a vontade de visitar. do que vimos, destacamos a casa do terror, museu criado em memória de todas as vítimas torturadas e assassinadas neste edifício, primeiro pelos nazis e posteriormente, pelo governo comunista. o que nos chocou mais uma vez, é que tudo isto não se passou assim há tanto tempo. o último soldado russo a sair da hungria, saiu em 1991! budapeste é uma cidade bastante poluída e com imensos desalojados, mas nem por isso tivemos pressa em sair de lá! estivemos na pérola do danúbio…que nunca foi azul!

saímos de budapeste com a cabeça no lago balaton. o maior lago da hungria com oitenta quilómetros de comprimento, quinze de largura (na parte maior) e apenas três metros de profundidade. por outras palavras: um pequeno paraíso! tivemos uma semana sem as famosas tempestades repentinas mas em troca, a semana foi muito quente (clima não muito favorável para quem anda a pedalar pelo mundo). os quilómetros foram percorridos com muitas paragens, ora para comprar água e guloseimas, ora para tomar um café para despertar ou um gelado para refrescar, ora para um mergulho no lago velence que se encontrava a caminho de székesfehérvár. com esse mergulho ganhamos nova energia para retomar o caminho que foi complicado, com muitos enganos…

chegamos ao balaton e ficamos de boca aberta com o tamanho do lago e a sua cor em tons de verde. tínhamos toda aquela beleza à nossa frente e queríamos chegar depressa lá abaixo, para um mergulho naquela água quente. destino propriamente não tínhamos, o combinado era parar onde nos sentíssemos bem e onde o corpo pedisse descanso. chegamos a siófok, sítio muito popular pela sua vida nocturna. preferimos não nos distanciar muito do lago, ficando a dormir a cinquenta metros dele, por baixo das estrelas, dentro dos sacos-cama e com as nossas companheiras de viagem ao lado.

a manhã começou cedo, às 7h, com um banho no lago, só para nós! o caminho nesse dia, foi sempre com o balaton do lado direito, com alguns mergulhos a meio do caminho, quando o calor apertava mais! no início, a ideia era tirarmos umas “folgas” da bicicleta, ficando alguns dias a descansar, mas como estamos sempre a mudar de planos, achamos que seria uma boa ideia aproveitar o calor numa praia a sério, com mar e aí sim, termos as nossas merecidas férias. achamos que seria uma boa ideia não ficar muito tempo no lago para depressa chegarmos ao adriático, na croácia!


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