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10.4.09

8 de abril - dia da partida


o dia começou bem cedo: 7:30 e o despertador deu sinal de vida. “é hoje…” primeiro pensamento do dia. ainda deitados tivemos tempo para uns abraços com os cães no nosso meio. como dizer a um cão que não o estamos a abandonar? que voltamos para ele? que o adoramos? como dizer isso à duda e ao t?
adoro tomar banho! é um dos meus prazeres matinais. tão cedo não voltarei a tomar no conforto do lar da mãe do rafael, nem volto à minha pequena rotina de me despir, usar a balança e entrar no duche. o banho não foi assim tão tranquilo e relaxante, “é hoje…” e esse “é hoje…” suava tão estranho… não sei explicar como me estava a sentir, só sei que tinha chegado o momento pelo qual esperávamos já há muito tempo. tudo o que imaginávamos para a viagem, as imagens que íamos criando, o que íamos lendo na internet, estava a tornar-se realidade. é a nossa história que está a começar e hoje é o primeiro dia! era hoje que iríamos pegar nas bicicletas com toda a nossa tralha e seguir em frente, era hoje o dia da despedida, dia este em que não voltaríamos para casa, onde há sempre coisas boas à nossa espera. assim, de repente lembrei-me do bolo de chocolate que devorava!
estava na hora de pegar nas bicicletas e pedalar até à oficina do garfo, ponto de encontro para o “até já”. já conseguia avistar algumas pessoas e o nó na garganta começava a aparecer ao ver que a minha mãe estava lá com o meu irmão, cunhada e o meu super lindo sobrinho. último café em terra vareira, últimas palavras com a família de ambas as partes, e abraços fortes à duda e ao t que estavam sem perceber o que se estava a passar. não nos podíamos demorar mais, o momento da partida tinha de ser feita. sentar os “filhotes” no banco de trás do carro, e últimos beijos. abraços, lágrimas que se misturavam com um obrigada por tudo e até já.
cá vamos nós! o que nos esperará? estes dias serão de descobertas. primeira curva feita e ouço o rafael a pedir para parar. “teve um furo”, pensei. não havia furo, havia sim a falta de um abraço forte, de um olhar que dizia para termos forças por ter chegado o momento! “é hoje…” os 2numundo estão prontos!
passado 6 km e já estava a morrer! não conseguia pôr as mudanças mais baixas. nova técnica: sair da bicicleta, o Rafael levantava a parte de trás e eu com as mãozinhas rodava o pedal até entrar a bela mudança destinada para as grandes subidas. a bicicleta do Rafael, oferecia-nos música ambiente, um barulhinho aqui, outro ali… e a sua corrente saltou 3 vezes, coisa que nunca tinha acontecido nos treinos (como se tivéssemos treinado muito…) lá fomos pedalando, e parando algumas vezes para comer umas coisinhas e ir tirando a roupa pois já sentia calor com tantas subidas.
“faltam 16 km” diz-me o Rafael e passado um pouco vejo uma placa que diz “Arouca – 22km”… não o ia esganar logo no primeiro dia. ainda bem que não o fiz pois tinha razão. o nosso destino não era arouca, iríamos ficar uns kms antes, em várzea.
“quando vires um sítio agradável pára para almoçarmos”. poucos kms depois lá estava o tal sítio agradável à nossa espera. uma mesinha de pedra com quatro bancos também esses de pedra, mas preferimos o banco de madeira que estava ao longo do muro. há olhares e sorrisos ao longe. pára um carro e de lá sai uma senhora que vem na nossa direcção e diz “olá, vocês vão ficar em minha casa” a qual o rafael perguntou como é que ela sabia… não precisávamos da resposta pois a pergunta foi um pouco ridícula… dois ciclistas com um atrelado… só podíamos ser nós! essa bela senhora que só me apeteceu abraçá-la quando me disse que estávamos perto que agora era sempre a descer! descer! depressa chegamos, foram mais de 10 km sem parar!
chegamos e em casa estava um casal à nossa espera, pais da senhora que encontrámos. fomos muito bem acolhidos e com direito a banho quente! hum adoro! amanhã espera-nos um dia difícil. até chegar a campo benfeito sei que vamos encontrar grandes subidas monstruosas mas com descidas deliciosas. vamos descansar para conseguirmos enfrentar o dia de amanhã.

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