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12.4.09

11 de abril - assim sim!


como foi difícil acordar! o despertador tocou bem cedo sem pena. a noite anterior tornou-se comprida, recheada de conversas agradáveis. enquanto eu e o rafael preparávamos uma refeição rápida, (rápida, pois a neusa não estava em casa e não pudemos deliciar-nos, mais uma vez, com os seus cozinhados) o rui e o rodrigo estavam a trabalhar no novo projecto, o qual adorei e quero ajudar a espalhar a sua música, por isso cá vai: www.myspace.com/didgenbass. no fim do jantar soubemos que o rodrigo tinha vários conhecimentos em bicicletas e como curar os seus dói-dóis. lá foi o rafael aprender alguma coisa e eu fiquei na conversa com o rui. a conversa ia crescendo e os dois meninos nunca mais apareciam e vai daí a tanya aceita uma mini (uma não faz mal a ninguém). já feita a inspecção às bicicletas, os dois meninos entram em casa com vontade de se juntarem à mesa. as horas iam passando e repetíamos a frase “temos de nos deitar cedo” mas há jogos que quando se começa, torna-se difícil parar. truques de cartas e mais uns quantos jogos que são motivo suficiente para perguntar ao outro “estás a sentir-te mesmo burro, não estás?”. obrigamo-nos a ir para a cama pedindo ao rodrigo para não ressonar pois precisávamos de descansar.

a noite soube a pouco, o despertador depressa tocou. a manhã estava sem neve e sem sinal de chuva. preparar a massinha para o caminho e arrumar tudo nos sacos e como prémio destas actividades domésticas… um baaanho quente!

prontos para sair! um abraço, um até já e pés nos pedais!... mentira… os primeiros metros foram a subir com as bicicletas à mão! Sabíamos que o dia de hoje seria tranquilo. o destino: pinhão. tínhamos que descer até beira rio.

primeira paragem no fim da subida para telefonar à família e agora sim, rabo no selim! alguns metros depois, nova paragem. sim, porque somos meninos nestas andanças e é difícil saber o que havemos de vestir. o vento era frio de cortar! não sentia os dedos, ou melhor, sentia dores nos dedos! troca de luvas! agora sim, sim mesmo, rabos no selim. agora quentinhos sempre a descer! descer até doer as mãos de tanto travar! mas como gosto! estávamos mesmo com cara de felicidade com tantas descidas e com paisagens, onde dá gosto pedalar. uma fotografia aqui, outra ali. foram 30 e muitos kms sem tocar nas mudanças que estavam nas mais altas! tudo estava a correr bem! até que… o rafael começou a queixar-se do joelho e quando ele se queixa é porque está mesmo com dores. fomos obrigados a almoçar mais cedo para podermos parar e ele descansar o joelho. o almoço foi numa barragem que fica a 18 km de pinhão. aí pude ver como os barcos passavam de um lado para o outro, confesso que ainda não tinha visto. agora o rafael estava de ligadura no joelho e assim já podíamos partir. alguns kms à frente, um carro parou e fizeram-nos sinal para parar com um grande sorriso! que coincidência! era um casal que estava em guimarães na noite em que fomos falar sobre a viagem, no terra de ninguém. é sempre bom encontrar pessoas que já conhecemos e que nos dão força e assim sem estarmos à espera faz com que possamos pedalar algum tempo com um sorriso.

chegamos depressa ao pinhão! foram 59 kms feitos a brincar (menos o Rafael que não teve sorte nesta brincadeira) e se todos os dias fossem assim, faria 3 voltas ao mundo! terminamos a nossa viagem da mesma forma como começamos, empurrando as bicicletas até chegarmos aos bombeiros onde estamos a passar a noite. ficamos na sala de aula porque como sou menina, não poderia ficar a dormir nas camaratas com tantos bombeiros… assim, deram-nos dois colchões e temos o nosso ninho pronto.

fomos visitar pinhão. em dez minutos atravessamos duma ponta à outra. os males do Rafael não são só no joelho… quando estávamos a descansar ao sol, ele teve um intruso a enfiar-se nele. uma farpa de madeira entrou fundo e não conseguimos tirar. é uma missão impossível! ele foi com pinça, ele foi com faca… acho que vamos dormir os três, eu, o rafael e a farpa de madeira.

de novo nos bombeiros prontos para cozinhar: massa com pesto (que andamos a comer há 3 dias) e uma lata de feijão com tomate! melhor que bolo de chocolate!

hoje sim, quero e vou, porque posso, deitar-me cedo com um aroma no ar a chulé… esse é que é o espírito de um viajante: aguentar com todos os cheiros!

amanhã, nova etapa!

Um comentário:

Ricardo Brito disse...

Vai um empurrãozinho? Vou acompanhando a vossa aventura.
Com a minha bicicleta do Modelo o mais que consegui foi ir de Beja até ao Fundão, não tenho pedalada para mais...

Beijo pra ti e um abraço ao Rafael! Força!

hum... que bom

pedaços de mim