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28.4.09

el patillas

é este o ambiente que se respira no el patillas em burgos! são bares assim que procuro!

rir a custa da desgraça dos outros

26 de abril - pamplona, aqui estamos nós!

dormir num albergue significa acordar cedo. não necessitamos de despertados. as pessoas vão acordando e nós acordamos com elas. o dia estava chuvoso e nós não gostamos de chuva. pedalar nessas condições significa vestir calças impermeáveis, protecções para os pés, chapéu de velejador e luvas. temos todo o equipamento, desconfortável para andar! já tínhamos visto na net que iríamos subir bastante (não fossemos nós em direcção ao alto del perdón) mas depois também iríamos descer bastante. como estava a chover, achamos por bem seguir pela nacional. seria complicado subir até ao alto del perdón pelo caminho de santiago com o tempo de chuva... iríamos encontrar muita lama, coisa que não nos interessava! estava frio e o sol não aparecia. as subidas ajudavam a manter o corpo quente e como nos outros dias, íamos tirando a roupa aos poucos mas logo uma descida aparecia e o frio voltava, congelando os dedos das mãos! andávamos sempre no põe e tira. apesar das subidas, em que algumas eram feitas à mão, estávamos a andar num bom ritmo. é o bom de ficar num albergue, saímos cedo de lá e isso significa termos mais tempo, e não andar a correr! paramos para almoçar em puente de la reina. depois de comprar uma sopa instantânea e queijo (andava a morrer por uma sopa) dirigimo-nos ao albergue da terra para perguntar se podíamos comer lá, assim comeríamos quentinhos! tivemos resposta positiva! mais uma vez comi que nem uma mula! o problema foi a seguir... pedalar com o estômago cheio. é sempre tão difícil retomar o caminho. no fim do almoço tenho sempre a famosa dor de burro, e foi nessa altura que apareceu a pior subida do dia, em direcção ao alto del perdón, pois aí está. enquanto subiamos, havia aqueles que tinham a sorte de descer, mas esses passavam por nós todos sujos, cheios de lama. nada escapava, era bicicleta, eram as próprias pessoas, da cabeças aos pés! continuamos por preferir ir pela nacional! adoravamos o alcatrão!
fim da subida e lá estava a tão esperada descida! um descida de 8% de inclinação! o vento não ajudou a sermos doidos para atingir velocidades doidas...
estavamos perto de pamplona mas claro, antes de chegar, tivemos de nos enganar no caminho... viagem que é viagem tem de ser feita com enganos! o que me valeu é que a estrada onde estavamos tinha rails, pois mais uma vez foram usadas como protecção para poder pôr o meu rabinho de fora, aliviando assim a bexiga! como as viagens nos mudam!quase que não sabia fazer xixi de cócoras. alguma vez seria capaz de sair do carro, e no meio das ervas fazer as minhas mecessidades fisiológicas! mas andar de bicicleta com a bexiga cheia é horrível! e como não há outra solução, não penso duas vezes, e sabe tão bem!
em pamplona iríamos ficar em casa de um primo meu. já lá está há dois anos e só no dia anterior é que soube. trocamos umas mensagens e ele ficou de braços abertos para nos acolher. assim ficamos lá em casa, dormindo na sua cama e ele no sofá! nesse dia não saímos. ficamos em casa à conversa com ele e com a família da casa. agradeço muito ao meu primo luis por tudo o que fez! mais era impossível! obrigada luis!

27.4.09

25 de abril - parabéns a mim

acordei com mais um ano em cima! mesmo sendo dia de aniversário, pegamos nas bicicletas e fomos em direcção a pamplona. sabíamos que não íamos chegar hoje, pararíamos numa aldeia a meio.

começamos com subidas ainda na nacional e depois, como gostamos tanto de fazer o caminho de santiago, quisemos fazè-lo mais uma vez. mas quem nos obrigou a fazè-lo? estávamos tão bem na nacional! não é tão bonito mas sempre é mais fácil. entramos na terra batida e o caminho era o mais estreito de todos os caminhos que apanhamos até então. apareceu uma grande descida, ainda no caminho estreito e aí tive de a levar à mão. o caminho estava em muito mau estado! apareceu uma subida, esta também em muito mau estado! grandes pedregulhos a ocupar o caminho. tínhamos de nos desviar deles. estava a ter a pior experiência no caminho! conseguimos montar nas bicicletas e pedalar um pouco. o piso estava melhor.

“tanya, é por aqui” gritou o rafael, tive de voltar para trás. mas achei muito estranho… “mas por aqui tem pegadas e marcas de pneus” mas ele insistia que tínhamos de cortar à direita. passamos por tantos peregrinos, e porquê que não aparece nenhum quando estamos com dúvidas no caminho? o rafael começou a descer e mais uma vez, piso em muito mau estado, com grandes buracos e muito estreito. o rafael estava à minha espera ao fundo. não estava a perceber porquê… percebi quando lá cheguei. havia uma enorme elevação. tínhamos de levantar as bicicletas para passar para “o andar de cima”… o caminho era curto até ao topo mas foi do pior! não tinha forças para puxar a bicicleta! acho que conseguia chorar por causa daquele maldito caminho! então quando vi peregrinos a passar no caminho que tinha dito que tinha visto pegadas, aí sim, tive mesmo vontade de soltar alguns gritos e lágrimas, mas não podia gastar energias com isso. mais um esforço já estávamos lá em cima. mais à frente, um pequeno riacho para passarmos! mais uma vez, o rafael molhou, não um mas os dois pés! eu molhei a pontinha de um pé… mas escolhi um caminho diferente, onde o riacho era estreito!

paramos em los arcos, mas não para ficar pois só tínhamos feito 35 km. quando chegamos ao albergue, olhamos um para o outro e ambos concordamos em ficar. como ele estava com os pés molhado e como eu fazia anos, decidimos ficar.

não sei porquê, mas penso sempre que sendo dia de aniversário o dia tem de ser diferente… mas é um dia igual a outro. Pouco o senti como sendo o meu dia, e fiquei um pouco nostálgica… mas tive uma pequena surpresa que me deixou com o coração quentinho! o meu super lindo sobrinho (3 anos e meio) a cantar os parabéns ao telemóvel! fez-me sentir que fazia anos!

hora de dormir, hora de ouvir novos roncos!

25.4.09

24 de abril - passeio em logroño

o despertador tocou já tarde, levantamos e dei-me ao luxo de tomar um banho logo pela manhã! entramos na cozinha e tínhamos a mesa cheia de coisas boas para nós! o diego veio ter connosco e começamos a conversar. já consigo arranhar no espanhol mas sempre com a ajuda do rafael. passamos um bom bocado. o tempo passava e nem dávamos conta. deu para confirmar que era uma pessoa bastante interessante.

eram 13h e saímos à rua. grande erro, pois está tudo fechado! as lojas só voltam a abrir entre às 16 e às 17:30. Logroño não é pequeno! caminhamos muito de um lado para o outro. quando a fome começou a apertar fomos à procura do burguer king. nem somos de ir a esse tipo de sítio, mas eles têm uns hambúrgueres vegetarianos muito bons! em espanha é muito complicado ser-se vegetariano. ou se come nesses sítios ou se come tortilhas de batatas! depois de muito caminharmos, encontramos o burguer king, e lá está, não tinha nada vegetariano… optamos por, uma vez mais, ir comer no kebab.

a cidade estava morta, como todos os sítios em espanha, a essa hora. não dá para visitar nada! passeávamos de um lado para o outro e íamos tirando fotografias aos grafittis que víamos, mas uns grafittis de qualidade! ainda entramos numa biblioteca (não estava fechada!) e no meio daquele silêncio, só tinha vontade de encostar a cabeça à mesa e fechar os olhos…

estava calor, muito calor. esperamos que uma livraria abrisse. as horas passavam e ela continuava fechada… só à 17:30 é que abriu! deu para comprar um livro de um escritor espanhol, que o dono da livraria aconselhou. estávamos cansados e depois de fazermos umas pequenas compras fomos para casa. as minhas pernas estavam pesadas, só queria chegar rápido a casa e descansar! quando chegámos, não estava ninguém. lanchamos, fomos à net e jantamos. passamos a vida a comer com a desculpa que precisamos, pois estamos a fazer muito exercício! o diego chegou mas já estávamos a preparar-nos para ir para a cama, então tivemos pouco tempo com ele… sabe tão bem deitar numa cama confortável!

diego e edith muchas gracias por nos terem acolhido!

23 de abril - chegamos a logroño

às 7 da manhã, o dia começava para os peregrinos e como fazemos parte do rebanho, também nos levantamos.

pequeno-almoço e mini aquecimento matinal. estava frio, muito frio. fomos obrigados a enfiar as luvas grossas pois os dedos, por pouco que não caiam ao chão! depressa aquecemos quando encontramos uma subida, ainda em alcatrão. logo pela manhã, custa tanto apanhar uma subida assim. no topo, já nos estávamos a desfazer de alguma roupa. o corpo estava um pouco mais cansado e iríamos fazer muitos kms nesse dia. optar novamente pelo caminho de santiago. Não sei se era por causa do cansaço, ou por já não ser novidade o que aparecia em frente mas as subidas custavam mais. já em terra batida, na primeira subida, um senhor ajudou-me a pôr a bicicleta direita. nessas situações o atrelado não ajuda. O rafael estava depois da curva, já no cimo da subida e apareceu quando já estava salva! Mais à frente a minha corrente saltou fora. bem chamei pelo rafael, até assobiei mas de nada valeu… mais uma vez um outro rapaz ajudou-me levantando a parte de trás da bicicleta e consegui retomar caminho.

Paramos numa terrinha para comer pão com chocolate dentro! Pouco tempo ficamos a descansar, retomamos o caminho. Apareceu-nos à frente do caminho um pequeno riacho. O rafael (qual indiana Jones) passou com a bicicleta pelo riacho, não fazendo bem as medidas, pois foi obrigado a por um pé dentro da água, para não cair com o corpo todo lá dentro. eu parei, saí da bicicleta. Tinha uma espécie de caminho feito em cimento, como se tivéssemos de saltar de pedra em pedra. Foi por aí que fui, mas claro, com a bicicleta pela água. cheguei ao outro lado com os pés quentinhos e sequinhos!

Fizemos bastantes kms antes do almoço e quando paramos numa pequena aldeia, decidimos encher o estômago. O rafael aproveitou para pôr a meia e a sapatilha a secar e eu aproveitei para ir ao aseos. ”inglês?” perguntou-me um senhor. O meu inglês é péssimo mas consegui explicar um pouco a nossa viagem, pois eles (o tal senhor e um casal mais novo) estavam admirados com o nosso atrelado. Fiquei contente com o meu inglês, ou melhor, por me ter feito entender… de novo à estrada no sobe e desce. Decidimos ir até logrono nesse mesmo dia, seriam mais uns quantos kms mas não estávamos assim tão cansados. Poucos kms depois, estavamos em nájera e adoramos o que vimos! Pensamos em ficar lá. procuramos o albergue mas quando vimos a fila de peregrinos para entrar, desistimos da ideia e voltamos a pedalar, pedalar mais 20kms para chegarmos a logrono. Agora é que o caminho custou! Quando o meu corpo sente que está perto de um banho quente e de um momento para o outro, tenho de o convencer a trabalhar mais 20kms, é a pior coisa que se pode fazer. Mas tinha de ser e ainda tinhas forças, nas reservas. Decidimos ir pela nacional para ser mais rápido. O sol estava a queimar! Tinhas as coxas vermelhas! Estou com um bronzeado de fazer inveja! Pézinhos brancos, pernas com um moreno claro, e coxas vermelhas (só a parte da frente, a de trás ainda estão brancas) não tenho a marca das cuecas do biquíni, mas sim, as marcas dos super calções sexy! sinto-me sexy!

Continuar pela nacional ou entrar pelo caminho? Um casal estava a sair do caminho e chamamos por eles. “inglês?” - “non!” - “français?” responderam positivamente e pela pronuncia perguntei “canadien” é inconfundível o francês do quebec! Que alegria a minha! “ moi aussi j’suis canadiene!” sabe bem dizer isso quando encontramos alguém de lá. também eles deixaram o trabalho e venderam tudo para viajar. Perguntamos se iríamos encontrar muitas subidas pelo caminho. Escolhemos fazer o caminho, pois a resposta agradou-nos bastante. Só iríamos subir um pouco no início mas depois seria sempre a descer!

Estamos perto de logrono. Entramos num grande parque, onde se vê muitas pessoas a passear e a fazer exercício. Ouvi um coisa estranha no pneu da frente. Era um pequeno pedaço de madeira que não saia do pneu e estava constantemente a fazer barulho. Decidimos parar para comer qualquer coisa. Olho para o pedaço de madeira e pensei “ah, és tu?” e tirei-o, pois não fazia parte da bicicleta! Atirei-o para o chão e comecei a ouvir “chuuuuuuu…” um furo… aquele tronquinho irritante era um ramo de uma rosa com um espinho… não podia levar isso como uma trágedia e com um sorriso disse ao rafael “a tanya teve o seu primeiro furo!” e contei a história do raminho com um único espinho… a comédia virou tragédia! da próxima vez, não volto a tirar nada que esteja espetado nos pneus, só quando chegar ao destino. Aprendi a lição, uma lição básica… e ouço a história da faca espetada que começa a jorrar sangue quando essa é retirada… sorte foi do furo ser no pneu da frente, que ambos sabíamos trocar! No de trás ainda não aprendemos…

Chegamos a logroño e o albergue estava cheio… ou fazíamos mais 10kms ou íamos para uma pensão. Optamos pela pensão. Não queríamos fazer nem mais um km! nisso apareceu um casal com os seus 60 anos, a quem perguntei “canadien?” encontrar dois casais canadianos no mesmo dia é fantástico! O que não era fantástico, era termos de ir para uma pensão… ninguém sabia onde ficava a pensão que a senhora do albergue nos aconselhou. Numa rua estreita paramos para olhar a volta… notava-se que não sabíamos para onde ir, nisso um rapaz aproxima-se e pergunta se precisamos de ajuda. Ele também não sabia onde ficava a pensão. No meio da conversa ele disse que, se não nos importássemos, podíamos ficar em sua casa! se não nos importássemos?! Quase que nos púnhamos de joelhos, a beijar-lhe os pés! Só podia ser um anjo caído do céu!

Fomos com ele para a sua casa onde a sua namorada abriu a porta com um enorme sorriso. as bicicletas ficaram no terraço e nós tivemos direito a duas toalhas de banho e a um quarto só para nós! tivemos pouco tempo com eles pois tiveram de sair, deixando-nos à vontade para usarmos a cozinha. Abrir o frigorifico, armários, dar uma vista de olhos nos livros e na decoração. Pareceram-me pessoas muito interessantes. E o facto de nos terem acolhido, só podiam ser boas pessoas! Ainda há boas pessoas neste mundo!


24.4.09

22 de abril - só novidades no caminho

não conseguimos despedir-nos da carmen pela manhã. acordamos e ela já tinha saído mas deixou-nos um pequeno recado. despedimo-nos da casa e fomos em direcção ao albergue onde ainda estavam as bicicletas. não queríamos acreditar, estava fechado… ouvimos pessoas e batemos à porta! eram as senhoras das limpezas que apenas diziam para aparecermos lá ao meio dia. não seria possível! tínhamos de ir embora! imploramos a dizer que era só para ir buscar as bicicletas, que tínhamos de ir embora naquela manhã… e não sei como, mas conseguimos! atrás de nós estava um italiano a suplicar também para entrar, pois tinha lá as mochilas. cá fora, ainda trocamos umas palavras com ele, assim como os contactos. falamos um pouco da nossa viagem o que o deixou de boca aberta. estamos a fazer sucesso com a história da viagem e com os nossos atrelados!

conseguimos partir, mas foi bastante difícil sair de burgos... as indicações não estavam correctas. queríamos ir pela nacional, e seguíamos por lá mas mais à frente aparecia a auto-estrada… como era possível?! saímos da estrada e fomos pelo passeio e conseguimos encontrar forma de sair, depois de termos dado voltas e mais voltas! o caminho foi bastante complicado por causa do vento! a nacional estava bastante movimentada e com muitos camiões. por pouco que não íamos caindo, quando passou um camião por nós que nos deixou a andar de lado. belo controlo que tivemos nas bicicletas!

era muito vento! fazer dez metros durava uma eternidade! quando apareceu o caminho de santiago, decidimos fazê-lo, porque não seria tão perigoso. como gosto desse caminho, a sério que gosto! pode ser duro de fazer, mas prefiro! as subidas custam, mas temos quase sempre pessoas a dar-nos apoio. sempre um sorriso, um hola, um levantar da mão… e a paisagem? lindo! passamos por sítios lindos, lindos! lindo, lindo, foi também a lama que apareceu à nossa frente… era lama com enormes poças de água! foi uma prova complicada mas divertida, por ser novidade, se calhar. o cheiro a terra molhada, mais à frente, o cheiro a madeira. mistura de odores assim como mistura de línguas que encontrávamos pelo caminho. fiquei admirada com a quantidade de pessoas que fazem os caminhos de santiago. não tinha ideia de como seria. não se vê muita gente jovem, a maior parte são pessoas para cima dos 50. muitas mulheres sozinhas, muitos homens sozinhos.

continuamos pelo caminho de pedras e pedrinhas, quando paramos de repente! não queríamos acreditar no que estávamos a ver! tínhamos a nossa frente, qual montanha russa gigante! uma descida, se não era a pique, para os meus olhos era (ok, estou a exagerar), lá em baixo uma ponte de madeira, estreita, e logo a seguir uma enorme subida, também essa a pique mas bem mais comprida que a descida! “não vou ser capaz” era o que me saia da boca… já me imaginava a derrapar, a não ter força para segurar a bicicleta, a cair no chão, e só parar perto da ponte de madeira, estreita… aproveitamos para umas fotografias para termos provas que confirmassem a dureza do caminho. um casal parou ao nosso lado. não falavam inglês, nem francês, nem espanhol… eram alemães. olhavam para nós e faziam uma cara feia, e olhavam para a subida que tínhamos à nossa frente, e ela só dizia “capute”. qual “capute”! pegamos nas bicicletas e descemos, eu com a bicicleta à mão e sempre a travar. passamos a ponte e coragem! tentava não pensar em nada e subir apenas! olho para trás e está o rafael a filmar-me e a rir-se que nem um perdido. ao que parece, estava toda de lado e ele estava a espera que caísse para fazer uma bela filmagem! a bela filmagem não foi conseguida, pois consegui (não sei em quanto tempo) chegar ao topo e lá sim, tive vontade de me rir. mesmo à nossa frente estava um sítio de descanso com mesas de madeira. depois da bela subida, achamos por bem, almoçar! pão com queijo e azeite! tomei-lhe o gosto! de novo na estrada e tenho a melhor aventura destes dias em bicicleta! já tinha feito no dia anterior uma mini prova de btt. foi mini porque a verdadeira foi a desse dia! belas descidas e só estava a espera do momento da queda… derrapava quando travava, entrava em covas que não tinha tempo de me desviar, e tinha de manter o rabo levantado do selim para não destruir as costas! que adrenalina que nunca tinha sentido! correu tudo bem, nenhum de nós foi ao chão e estávamos com um grande sorriso nos lábios! a paisagem continuava fantástica! caminhos estreitos entres as árvores e ao fundo, víamos umas montanhas cheias de neve! que belo dia e parecia que o corpo já estava bem familiarizado com a bicicleta.

chegamos a belorado. queríamos comprar pão. não tínhamos a ideia de ficar lá, pois não era muito do nosso agrado. não achamos um sítio muito bonito… mas quando chegamos ao centro da vila, mudamos de ideia. afinal não era assim tão desagradável! perguntamos onde se situava o albergue, e depois das indicações fomos até lá. foi o albergue mais pequeno que ficamos e mais caro! entravamos e já nos encontrávamos no quarto. um quarto cheio de beliches, com as casas de banho ao lado. um jardim, com mesas e uma cozinha. fomos os únicos que não quisemos jantar lá, pois também faziam refeições, mas claro, nada vegetariano… ainda deu a ideia de uma tortilha de batatas, mas estar a pagar 9 euros por ovos com batatas… preferimos cozinhar o que tínhamos! no fim do jantar fomos dar uma voltinha. não era capaz de ir para a cama naquele estado! ando a comer tanto, mas tanto! e tudo sabe tão bem quando se faz exercício! entramos num café e ficamos lá um pouco, ora vendo o telejornal, ora folhear uma revista de viagem. eram 21:30 e fomos para o albergue. estava tudo na cama, estava tudo escuro e um ressonar monstruoso! comecei a ter um ataque de riso, e quanto mais tentava controlar o riso mas vontade tinha de me rir… já na cama, o rafael decidiu filmar e descrever o que estava a acontecer… estava com medo que nos mandassem calar… tentava controlar a respiração e fazer o menos de barulho possível… mesmo com o ressonar como música de fundo, consegui adormecer bem quentinha.

hum... que bom

pedaços de mim